Saúde Herbal

Ácido Úrico: O Que É, Como Controlar e Tratar de Forma Natural

O organismo humano produz naturalmente o ácido úrico, uma substância que surge da metabolização das purinas — compostos presentes tanto em determinados alimentos quanto sintetizados pelo próprio corpo. Quando está em concentrações adequadas, o ácido úrico não representa risco à saúde, visto que os rins o filtram e o excretam pela urina de forma eficiente.

No entanto, quando sua produção se torna excessiva ou sua eliminação é comprometida, ocorre um acúmulo no sangue. Como resultado, esse desequilíbrio pode desencadear episódios de dor intensa, especialmente nas articulações, culminando assim em uma condição inflamatória conhecida como gota.

Ao longo deste texto, exploraremos de forma abrangente o que é o ácido úrico, além disso, identificaremos os alimentos que convém evitar, bem como destacaremos aqueles que favorecem o equilíbrio dessa substância no organismo e, por fim, abordaremos estratégias naturais para o controle do seu excesso — incluindo o uso de fitoterápicos, infusões e outros recursos caseiros.

Ácido Úrico
O ácido úrico em excesso pode causar problemas. (Foto: Reprodução)

O Que É Ácido Úrico e Por Que Ele Aumenta?

O organismo converte as purinas — substâncias encontradas naturalmente no corpo e em muitos alimentos — em ácido úrico, que representa o estágio final desse processo metabólico. Em condições fisiológicas ideais, os rins realizam sua filtragem de maneira eficiente, promovendo sua excreção por meio da urina.

No entanto, quando esse processo metabólico se desequilibra, o organismo permite o acúmulo de ácido úrico na corrente sanguínea. Esse acúmulo decorre, principalmente, de duas situações: ou o organismo intensifica sua produção dessa substância, ou os rins enfrentam dificuldades para eliminá-la de forma adequada.

Dessa forma, quando os níveis de ácido úrico se elevam de forma significativa, o organismo pode formar cristais microscópicos que se acumulam nas articulações. Esse processo desencadeia uma resposta inflamatória intensa, frequentemente acompanhada de dor aguda — quadro clínico conhecido como gota. Além disso, quando o ácido úrico se acumula em excesso no sangue, ele não afeta apenas as articulações; esse excedente também pode promover a formação de cálculos renais e, consequentemente, agravar outras disfunções metabólicas, bem como desencadear complicações sistêmicas.

Alimentos Que Devem Ser Evitados

Determinados alimentos concentram quantidades elevadas de purinas, compostos que, ao serem metabolizados, podem intensificar os níveis de ácido úrico na corrente sanguínea. Por esse motivo, quem busca manter o ácido úrico sob controle deve, preferencialmente, evitar — ou ao menos reduzir de forma significativa — o consumo dos seguintes itens:

  • Carnes vermelhas — especialmente cortes como bife, costela, fígado e outras vísceras — concentram elevadas quantidades de purinas;
  • Frutos do mar — camarões, sardinhas, anchovas e mariscos figuram como fontes relevantes de purinas e exigem moderação;
  • Bebidas alcoólicas — sobretudo a cerveja e os destilados, que interferem na excreção renal do ácido úrico e favorecem seu acúmulo;
  • Refrigerantes e sucos industrializados — em virtude de seu elevado teor de açúcares adicionados, intensificam o desequilíbrio metabólico e comprometem ainda mais a regulação adequada do ácido úrico no organismo.;
  • Alimentos ultraprocessados — salgadinhos, embutidos e refeições congeladas frequentemente contêm aditivos que sobrecarregam o metabolismo.

Alimentos Que Ajudam a Controlar o Ácido Úrico

Em contrapartida, diversos alimentos exercem um papel benéfico na redução dos níveis de ácido úrico circulante. Isso porque, esses itens apresentam elevada densidade nutricional e contêm compostos que favorecem a eliminação dessa substância pelos rins, contribuindo para o equilíbrio metabólico do organismo. A seguir, destacam-se os principais:

  • Frutas frescas — maçã, laranja, morango e cereja possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que auxiliam no controle do ácido úrico;
  • Legumes e hortaliças — variedades como abobrinha, cenoura, brócolis e espinafre enriquecem a alimentação ao fornecerem fibras e micronutrientes essenciais que regulam diversas funções fisiológicas;
  • Grãos integrais — alimentos como arroz integral, aveia e quinoa disponibilizam energia de liberação gradual e, paralelamente, contribuem para o bom desempenho das funções renais e hepáticas;
  • Laticínios com baixo teor de gordura — leite desnatado e iogurte natural contribuem para a regulação dos níveis de ácido úrico, especialmente quando consumidos com moderação;
  • Água — ao ser consumida em abundância, a água estimula a diurese e, por conseguinte, favorece a eliminação do ácido úrico pelos rins.

Tratamento Natural para o Ácido Úrico

Além das adequações alimentares, é plenamente viável adotar estratégias naturais complementares para auxiliar na regulação dos níveis de ácido úrico. Nesse sentido, apresentamos abaixo algumas preparações simples que também contribuem para o equilíbrio metabólico e a eliminação dessa substância pelo organismo.

Chá de Cavalinha

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa de cavalinha seca
  • 1 xícara de água

Modo de preparo:

  1. Ferva a água.
  2. Adicione a cavalinha e deixe em infusão por 10 minutos.
  3. Coe e beba morno.

Principais efeitos colaterais: Pode causar irritação no estômago se consumido em excesso.
Contraindicações: Não é recomendado para grávidas, lactantes ou pessoas com problemas renais graves.
Recomendações: Consuma no máximo duas xícaras por dia.

Chá de Salsinha

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa de salsinha fresca
  • 1 xícara de água

Modo de preparo:

  1. Ferva a água.
  2. Adicione a salsinha e deixe em infusão por 5 minutos.
  3. Coe e beba morno.

Principais efeitos colaterais: Em grandes quantidades, pode causar contrações uterinas.
Contraindicações: Evite durante a gravidez.
Recomendações: Ideal para quem busca um diurético natural.

Chá de Gengibre

Ingredientes:

  • 1 pedaço de gengibre (cerca de 2 cm)
  • 1 xícara de água

Modo de preparo:

  1. Ferva a água com o gengibre por 10 minutos.
  2. Coe e beba morno.

Principais efeitos colaterais: Pode causar azia em algumas pessoas.
Contraindicações: Evite se tiver problemas de coagulação sanguínea.
Recomendações: Excelente para reduzir inflamações.

Chá de Limão

Ingredientes:

  • Suco de 1 limão
  • 1 xícara de água morna

Modo de preparo:

  1. Misture o suco de limão na água morna.
  2. Beba em jejum.

Principais efeitos colaterais: Pode causar sensibilidade nos dentes.
Contraindicações: Evite se tiver gastrite ou úlcera.
Recomendações: Ajuda a alcalinizar o sangue e reduzir o ácido úrico.

Cataplasma de Argila

Ingredientes:

  • 2 colheres de sopa de argila verde
  • Água mineral

Modo de preparo:

  1. Misture a argila com água até formar uma pasta.
  2. Aplique na área dolorida e deixe agir por 20 minutos.
  3. Enxágue com água morna.

Principais efeitos colaterais: Pode causar ressecamento da pele.
Contraindicações: Evite em feridas abertas.
Recomendações: Use 2 a 3 vezes por semana para aliviar dores articulares.

Quando os Chás Podem Ser Prejudiciais

Embora as infusões de origem vegetal sejam consideradas naturais, é imprescindível reconhecer que seu uso não está isento de riscos. Determinadas ervas podem desencadear efeitos colaterais relevantes ou mesmo interagir com fármacos, comprometendo a segurança do tratamento. Por essa razão, recomenda-se cautela em situações específicas, como as descritas a seguir:

  • Gestação — algumas plantas, como a salsa (salsinha), possuem propriedades que podem induzir contrações uterinas, colocando em risco a continuidade da gravidez;
  • Disfunções renais — infusões com ação diurética intensa podem impor uma sobrecarga ao sistema excretor, agravando quadros preexistentes de comprometimento renal;
  • Uso concomitante de medicamentos — em qualquer contexto terapêutico, é fundamental consultar um profissional de saúde antes de iniciar o consumo de chás medicinais, a fim de evitar interações farmacológicas indesejadas.
    Dessa forma, mesmo ao buscar alternativas naturais, a prudência e a orientação especializada permanecem essenciais para garantir eficácia e segurança.

Conclusão

É plenamente possível controlar os níveis de ácido úrico por meio de intervenções alimentares adequadas e da utilização de recursos terapêuticos naturais, como infusões fitoterápicas e cataplasmas. No entanto, é fundamental considerar que cada organismo responde de maneira singular às diferentes abordagens.

Desse modo, o que funciona para determinado indivíduo pode não produzir os mesmos efeitos em outro. Diante disso, torna-se imprescindível buscar orientação profissional — preferencialmente com um médico ou nutricionista — antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, ainda que natural, a fim de assegurar segurança, personalização e eficácia no cuidado à saúde.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima